Graças ao invento de Ted Hoff, um jovem engenheiro da Intel, em 1969 foi possível inserir num pequeno pedaço de silício os elementos necessários para o processamento computacional. O feito de Hoff ajudou a produzir a primeira calculadora (projeto da Intel para a empresa japonesa Busicom) capaz de executar inúmeras funções inovadoras, além do que ajudou a mudar radicalmente a abordagem original do projeto. Dois anos mais tarde a Intel lançou o 4004, o primeiro microprocessador, que se constituiu do empacotamento de todos os elementos necessários ao funcionamento de um computador num pequeno pedaço de material que geralmente é o silício. Os avanços da tecnologia da informação, extrapolados da iniciativa de Hoff, como os computadores, as redes e os avanços produzidos com software, fizeram com que as Organizações passassem a abordar os recursos de TI como sendo críticos para atingir o sucesso dos negócios.
Em uma primeira abordagem, o software parece não ter uma forma tangível, pode assumir um número infinito de formas para, pelo menos teoricamente, atender a um cem número de aplicações. Graças a essas características e ao seu alto padrão de abstração e maleabilidade, pode-se considerar que a inovação tecnológica em software não conhece limites. Contudo, esta não representa a realidade. Para a maioria das pessoas usuárias do software ele não existe como uma “idéia”, ou qualquer tipo de abstração. A realidade mostra que o software tem sido abordado como um produto tangível, comprado com dinheiro e espera-se dele a aplicabilidade de resultados práticos reais. Desta feita, também, o produto de software está sujeito ao efeito de regras econômicas, mercados e competição, tanto quanto qualquer outro produto físico.
A manufatura iniciou a abordagem da qualidade procurando a medida da qualidade no produto acabado e, depois sob a influência de Deming, Juran e Shewhart, passou a considerar todo o processo de produção e, em seguida, extendeu a abordagem para a Organização como um todo. É inegável, ainda, o consenso em torno da engenharia que amparou as premissas da não-adeqüação na manufatura, o que não se tem observado em Organizações envolvidas com a construção de software. Estas tem se deparado com dificuldades específicas como a necessidade de alta e complexa tecnologia, a dificuldade de se testar o software e problemas de gerenciamento específicos. A tentativa de repetição do modelo da manufatura para a indústria de software, assim, revelou o impacto da peculiaridade da construção de um produto intangível. Os envolvidos com a construção do software criaram normas, métodos, metodologias e práticas com a abordagem centrada no desenvolvimento do produto de software. Mas que qualidade de software temos com tudo isso?